sábado, 21 de novembro de 2015

A MÁTRIA NA ARTE VAI REINAR


https://www.youtube.com/watch?v=l1l_FFfAf4s 

A Mátria na Arte - Convite

Leñador Ciego, Daniel Lezama - 2013


A Mátria na Arte - Aula Pública, Vivência de Arte Social e Dia do Perdão

Convite para participação em Processo Criativo sobre a Mátria na Arte com Ecoaecoa Coletivo na 10a Bienal do Mercosul - Mensagens de Uma Nova América.
14:45 às 15: 30h: Aula Pública sobre A Mátria na Arte no Mezanino da Usina do Gasômetro na Obra "O Lenhador Cego", do Artista mexicano Daniel Lezama da exposição Olfatória: Cheiro na Arte.

Mais bits do Daniel Lezama

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

SABEDORIA INDÍGENA. O QUE OS POVOS DA AMAZÔNIA SABEM, E NÓS NÃO SABEMOS

Relatório Figueiredo: mais de sete mil páginas sobre a violência contra indígenas no Brasil. Entrevista especial com José Ribamar Bessa Freire


Foto: Portal Ultimo Segundo
“A repercussão do Relatório Figueiredo foi grande porque não se tratava de um caso patológico, de pessoas que eram psicopatas e que atacavam os índios, mas de pessoas normais, que tinham família, que frequentavam a Igreja, tinham conta no banco e faziam carinho em seus filhos e, de repente, essas pessoas estavam envolvidas: eram grileiros, comerciantes, políticos, desembargadores, juízes, deputados, governadores, delegados e até ministros”. O relato faz parte das lembranças de José Ribamar Bessa Freire, professor da Pós-Graduação em Memória Social da UNI-Rio, que em 1968, data dadivulgação do Relatório Figueiredo na imprensa brasileira e internacional, atuava como jornalista na Agência de Notícias Asapress, a qual foi arrendada pela CNBB e que enviava matérias para todos os jornais do Brasil.
Depois de quatro décadas desse episódio, o Relatório Figueiredo, um conjunto documental de 30 volumes que reúne mais de sete mil páginas, veio à tona como uma “prova” dos crimes cometidos pelo Estado brasileiro contra comunidades indígenas em todo o país, ao longo da ditadura militar. Na avaliação do pesquisador, o documento não foi recuperado antes porque, ao longo desse período, “não havia clima nem para pesquisa nem para busca desse tipo de informação. Grande parte da intelectualidade brasileira se exilou no exterior, havia um clima pesado e ninguém tinha coragem nem motivação para ir buscar esses papéis”. O calhamaço, que segundo o professor tende a ser objeto de muitos estudos daqui para frente, além de ser um registro dos atos de violência cometidos contra indígenas, pode contribuir para dar origem a um novo “movimento indígena na luta pela terra”.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por telefone, José Ribamar Bessa Freire contextualiza o Relatório Figueiredo durante a ditadura militar e narra parte das suas memórias desse período, lembrando que apesar de já se ter instituído a democracia no Brasil, os índios se mantêm em situações parecidas com as de 1968. “Se nós, brasileiros de classe média, intelectuais, ligados à universidade, que fomos perseguidos, não conseguimos ter força para punir um torturador, a situação dos índios é ainda mais dramática, porque o país ainda está um pouco de costas para o drama e a tragédia que eles vivem nestes cinco séculos; é uma situação muito difícil, mas temos que tentar”, conclui.
José Ribamar Bessa Freire é professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNI-Rio, onde orienta pesquisas de doutorado e mestrado e da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, e coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas. É graduado em Comunicação Social e doutor em Letras pela UERJ. Também cursou o doutorado em História na École Des Hautes Études en Sciences Sociales, EHESS, França, e foi professor no Programa de Maestria da Universidad Nacional de Educación, em Lima, da Faculdade de Educação da PUC-Peru, da Universidad Particular Ricardo Palma e da Universidade Federal do Amazonas.
Confira a entrevista: